sexta-feira, 11 de março de 2011
A IGUARIA A QUE CHAMAM ANGU
Negras vendedoras de angu, Debret, 1834 - 1839. |
"SUCULENTA E GOSTOSA", diz Debret, a iguaria a que chamam angu compõe-se de diversos pedaços de carne aos quais se juntam banha de porco, azeite dendê, quiabos, folhas de nabo, pimentão, salsa, cebola, louro, salva e tomates. A isso mistura-se farinha de mandioca molhada. Essa comida, eminentemente popular, também se servia à mesa dos ricos. É de se observar, de resto, que os quitutes africanos muita influência tiveram na alimentação do brasileiro branco. Traziam os negros, de seu clima semelhante ao nosso, uma experiência milenar, uma capacidade bem mais rica que a dos índios de aproveitamento dos frutos da terra. Para o preparo do angu usavam as negras marmitas de ferro batido colocadas sobre fornos portáteis. conchas grandes e chatas e cacos de barro faziam as vezes de pratos para os fregueses. As vendedoras encontravam-se nas praças ou em suas quitandas. Com uma porção de quatro vinténs, recoberta por uma folha de couve ou de mamona, e algumas bananas, tinha-se alimento para cinco ou seis pessoas. Em obediência à mesma técnica culinária faz-se hoje o angu com farinha de milho ou de arroz, para ser comido tanto com carnes como com peixe.
Fonte: Cadernos do Arquivo 1, Arquivo
CINQUENTA ANOS DOS FLINSTONES

Hereditários e modernos, os episódios dos Flinstones encantam a todos. Seja em desenho ou filme, a forma dinâmica e criativa de se contar histórias atuais utilizando-se de seres e elementos pré-históricos é genial.
Um dos poucos desenhos animados que facilmente pode ser assitido por avós, pais, filhos e netos sem o alarme do choque de gerações. O que é bom, permanece!
Um dos poucos desenhos animados que facilmente pode ser assitido por avós, pais, filhos e netos sem o alarme do choque de gerações. O que é bom, permanece!
Origem dos mascotes dos times mineiros
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Charge de Marcio Mata. |
Fernando Pierucetti, criador do galo e da raposa como mascotes do futebol. Artista plástico, ele é um dos pioneiros do modernismo
Fauna brasileira inspirou a criação dos mascotes
Este é um artista cuja obra todo o Brasil conhece: Fernando Pierucetti (1910-2004). Veio dele, que adotava o pseudônimo de Mangabeira, a ideia de fazer do galo o símbolo do Atlético, e da raposa e do coelho, respectivamente, mascotes do Cruzeiro e do América
Os bichos surgiram da vontade de ensinar ao torcedor que é preciso haver cordialidade entre os clubes. Ironia e gozação, sim; ofensa não. Os mascotes foram lançados pelo Estado de Minas, em 1947, como personagens de tirinhas semanais, por sugestão de Álvares Silva, colega de redação.
A primeira leva trazia tigre (mascote do Sete de Setembro), tucano (Metalusina), leão (Villa Nova), tartaruga (Siderúrgica). Mais tarde entraram em campo o zebu (Uberaba), o tatu (Meridional), o jacaré (Democrata), o periquito (Bela Vista) e o urubu (Renascença). O zoológico chegou até outros personagens importantes do futebol: o rato, representando os juízes; a águia, a federação mineira; a coruja, o Tribunal Desportivo. Espírito de porco e jaburu simbolizavam as reações da torcida
O ícone do Atlético surgiu da associação das cores do clube (preto e branco) com o galo carijó, bicho que remetia à valentia e à garra.
O coelho, do América foi escolhido porque fazia alusão a um clube com muitos funcionários com o sobrenome Coelho.
A escolha da raposa cruzeirense remetia à astúcia e à malícia de Mário Grosso, presidente do clube na época. “Apareceu um jogador notável do interior. Enquanto o Atlético ficava no contrata, não contrata, ele saiu na frente e contratou o jogador".
Extraído de O amigo do povão, Jornal O Momento on-line, dia 17/09/2o1o, Lagoa Santa.
Os cachorrinhos da Princesa Isabel
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Princesa Isabel com Riachuelo no colo. |
Segundo Rodrigo Elias, no artigo "Império animal" publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional, em setembro de 2010, a princesa Isabel tinha uma certa paixão pelos cães.
A comprovação pode ser feita através da leitura de várias cartas da princesa guardadas no arquivo do Museu imperial, em Petrópolis.
Farias cita a cadelinha Brilhantina, de pelo longo e branco, alvo de um desentendimento entre Isabel e sua irmã Leopoldina quando a mesma fez xixi no vestido da moça.
Riachuelo, um cãozinho batizado com o nome de uma das batalhas vencidas pelo Brasil na guerra contra o Paraguai. Era o xodó da princesa e foi fotografado em seu colo. Certa vez ficou doente, para animá-lo Isabel mandou buscar outros cãozinhos na vizinhança para com ele brincar.
Paissandu, outro com o nome de mais uma das batalhas vencidas na Guerra do Paraguai. E Farkas.
Dizem que a paixão por animais de estimação era hereditária. Seu bisavô, Dom João VI, quando veio para o Brasil, trouxe Patrício, um boi que recebia cuidados especiais tal como os melhores cavalos da realeza.
Brasil, o povo e a História
" O povo que não conhece a sua história está condenado a repetí-la" - reflexão muito conhecida que, lamentavelmente, se aplica perfeitamente ao Brasil. Todos os brasileiros tem conhecimento, em maior ou menor grau, sobre fatos marcantes da história da humanidade, desde a antiguidade. Entretanto, nenhum cidadão brasileiro conhece significativa parcela da história contemporânea nacional dos últimos 60 anos. Isso porque pior que um país que não conhece a própria história é um país que a perdeu, e o Brasil é um infeliz exemplo dessas duas tragédias. O primeiro ensinamento que todo cidadão deveria obrigatoriamente aprender é que " a história é contada pelos vencedores". portanto, existem duas - a oficial e a verdadeira.
O Brasil sem história já está revivendo seus próprios erros e a sociedade inepta caminha 'as cegas´ na sua ignorância para decidir mais um pleito presidencial, incapaz de distinguir cidadãos de criminosos. Nossa verdade histórica é um livro de páginas arrancadas e os poucos ainda vivos que as conhecem e não se prostituíram na corrupção assistem a um Brasil sem passado, ao qual resta apenas vagar perdido sem identidade, ou se encontrar na mentira dos perdedores.
( Texto adaptado de SOARES, André. O Brasil sem história.In: Estado de Minas,12,/05/2010, caderno de economia, p.9.)
A era do rádio
O rádio foi introduzido no Brasil nos anos vinte e de maneira um tanto quanto improvisada. Desenvolveu-se rapidamente e ganhou a simpatia popular. Entre os anos 30 e 50 do século XX viveu seu momento de glória.Os aparelhos cada vez mais sofisticados eram motivo de orgulho para quem os podia comprar. Os demais, iam escutá-lo na casa de um vizinho ou parente. Havia programação para toda a família. Pragramas esportivos, musicais, radionovelas, humorísticos e os tão badalados concurso de calouros, que podiam ser acompanhados ao vivo, pois nas emissoras haviam até auditório.
Ter um rádio em casa era sinal de status social. Era poder manter-se informado sobre o que estava acontecendo na cidade e em outros lugares, era estar por dentro da moda, da política, das promoções e muito mais. Reunir-se diariamente em torno do rádio era um compromisso de família.
No rádio cantores e cantoras famosos foram revelados e viveram seus dias de majestade. Como a famosa Carmem Miranda , no cartaz acima, anunciando o quê? O rádio, porque gente fina tinha que comprar um aparelho dos modernos.
O tempo passou. Veio a TV e depois tantos outros modernos aparelhos com tecnologia de ponta, mas o lugar do rádio continua por aí. Ainda é um dos campeões de audiência e continua cativando seus ouvintes com uma programação objetiva, real e acima de tudo a gosto do freguês
As paredes da senzala

As paredes da senzala que hoje abriga um museu, são mudas testemunhas de um tempo onde a exploração do ser humano sobrepunha a liberdade de ação e expressão.
Passados 122 anos, não há escravos no recinto e sim objetos que nos remete ao ambiente hostil no qual viveu nossos antepassados. Naquele tempo a sede de justiça era grande, mas não era menor do a que sentimos hoje. Vivemos numa época onde todos são considerados livres para fazer suas escolhas, e no entanto nos sentimos reféns de máquina política que não se desenvolveu no mesmo ritmo revolucionário da chamada tecnologia de ponta.
Os homens que tanto buscaram o avanço dos meios de produção, fazem questão de manter estagnadas as mentes humanas, fazendo pouquisssimo ou quase nada para contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento intelectual e consequentemente político da sociedade.
Em pleno século XXI, presenciamos atitudes políticas que nos livros de história são usadas como exemplo de uma prática que não deu certo nos primeiros anos da República . Refiro-me a compra de votos, aos votos de cabresto e outros similares ou genéricos se for o caso.
Claro! Como a tecnologia está a serviço do poder, ninguém vai sair por aí trocando botinas e dentaduras por votos, ou mandando um jagunço atrás do eleitor na boca da urna. Há outras práticas modernas, mais eficientes e que abrangem um número muito maior de eleitores. As propangadas consumistas que usam a divulgação das estatísticas como forma de convencer os eleitores quanto a aceitação ou rejeição de determinados candidatos.
Como na leitura do analfabeto político o certo é votar com a maioria, podemos concluir que outras paredes daqui a mais um século continuaram mudas e cientes do estão vendo no tempo presente. Se para nós, brasileiros, a situação mudará, somente a história é que vai poder nos contar. Afinal, o testemunho das paredes não conta ...
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